Data de publicação: 02-12-2016 00:00:00

ARTIGO - Evolução no ensino médio

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: CNTE/Reprodução site
 
*Alexandre Cézar de Oliveira Melo
 
Diante das diversas discussões acerca da reforma do ensino médio, destaca-se o formato obsoleto que sustenta esse nível da educação, principalmente nas escolas públicas brasileiras. Na opinião do diretor institucional do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), professor Antônio Vieira Paiva Neto, o modelo atual foi estruturado de forma fabril, pois proporciona a fragmentação do conhecimento.
 
Para Paiva Neto, o pensamento de organização da escola é antiquado e avesso ao pensamento crítico e ao desenvolvimento do jovem. De fato, a realidade identificada nas salas de aula comprova que o professor assume a responsabilidade sobre uma disciplina e precisa trabalhar com conteúdo e horário predeterminados pela instituição de ensino. Sem flexibilização, o docente é desafiado a usar a criatividade para fazer o estudante compreender o que está sendo ensinado, independentemente da aplicação prática do conteúdo no dia a dia. Em muitos casos, o professor está despreparado para desenvolver e estimular o pensamento crítico do aluno.
 
Devemos ter consciência de que a qualidade do ensino dos nossos jovens é uma responsabilidade da sociedade como um todo e depende de investimentos na preparação adequada de professores. Portanto, as discussões para uma reformulação que atenda às demandas atuais devem envolver diretores e gestores de escolas, educadores, estudantes, familiares, bem como representantes de instituições e organizações contratantes desses futuros talentos como profissionais no mercado de trabalho.
 
Quanto às deficiências percebidas no modelo atual, essas são consequência da falta de uma política pública séria voltada para a educação e que deveria contemplar investimentos na melhoria da estrutura das escolas, na qualificação e formação dos professores, nos recursos tecnológicos, bem como ações que permitam a discussão, a interatividade e o estímulo do pensamento crítico no ambiente escolar e para fora dele.
 
O Consed vem discutindo, desde 2013, mudanças na educação que têm como ponto alto a flexibilização do currículo no ensino médio para que as escolas tenham uma carga horária mais flexível com a valorização da prática como complemento da teoria.
 
A promoção e o estímulo de atividades práticas farão com que o jovem seja desafiado a pensar diferente e coloque em prática os conhecimentos adquiridos para resolver questões reais, relacionadas ao dia a dia ou da comunidade. Da busca de soluções para os problemas do cotidiano, poderão surgir ideias e ações empreendedoras que possibilitarão que o estudante se transforme em protagonista do próprio sucesso.
 
O sucesso do aluno que deixa para trás o papel de coadjuvante do saber para assumir o de protagonista do fazer consolidará o êxito dessa mudança no nível médio do ensino. A mesma passará ainda por muitas discussões e adaptações antes de ser sancionada, mas a sociedade precisa acompanhar e participar desse processo visando a garantir que, por meio da nova proposta, a educação brasileira evolua para um patamar melhor, acompanhando o movimento que ocorre em outros países.
 
* Professor, administrador e mestre em Educação Tecnológica e supervisor de Comunicação do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais
 
 
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