Data de publicação: 28-12-2016 00:00:00

ARTIGO - Questão de princípio

Academia Equilíbrio Funcional
Foto: Reprodução Internet
 
Sebastião Alvino Colomarte*
 
O serviço militar obrigatório traz atualmente discriminação de gênero, já que a constituição brasileira prevê apenas que indivíduos do sexo masculino, com 18 anos incompletos, sejam obrigados a se alistar nas Forças Armadas. Assim, de 17 a 18 anos, até que eles sejam ou não dispensados, esses jovens ficam praticamente alijados do mercado de trabalho, uma vez que a maioria das empresas não se arrisca a contratar um funcionário que posteriormente será incorporado ao serviço militar. Dessa forma, até que o processo de seleção e recrutamento se conclua, pelo menos 95% desses jovens ficam praticamente um ano impedidos ou têm dificuldades de ingressar no mercado de trabalho formal.
 
Levando-se em conta que, a cada ano, pelo menos 2 milhões de jovens se alistam obrigatoriamente – dos quais apenas cerca de 100 mil são selecionados e aproveitados pelas Forças Armadas –, é necessário que se faça algo para minimizar essa desigualdade de gênero em relação ao serviço militar obrigatório, já que grande número de jovens do sexo masculino é prejudicado em relação ao mercado de trabalho. 
 
Uma das alternativas para se fazer justiça social seria instituir no país, além do serviço militar obrigatório, o serviço civil obrigatório, sem distinção de sexo, credo religioso, raça ou classe social. É bom ressaltar que a Constituição Federal regula a missão das Forças Armadas e, por isso, há necessidade de recrutamento compulsório desses jovens, senão, como ficaria a proteção de nossas fronteiras, de nosso espaço aéreo e de nosso mar territorial?
 
Nesse sentido, o serviço militar obrigatório, sendo importante para o país, precisa abrir mais espaço para as mulheres. E as Forças Armadas oferecem muitos benefícios para os jovens. Além da carreira militar, proporciona noções de cidadania, hierarquia, disciplina, respeito aos símbolos nacionais, coisas que têm faltado aos jovens de hoje.
 
Entendo que o ideal seria que o governo ou Congresso Nacional propusesse as mudanças necessárias para permitir a incorporação às Forças Armadas tanto de homens quanto de mulheres, a exemplo de outros países. Por outro lado, poderia instituir o serviço civil comunitário obrigatório para aqueles que não tenham sido incorporados.
 
A proposta do serviço civil obrigatório deveria ter como alvo, principalmente, os estudantes de escolas públicas superiores. Seria uma forma de contrapartida a ser oferecida por esses estudantes por terem os estudos custeados pelo governo.
 
Não tenho dúvida de que isso traria um grande benefício para todo o país. Seria um modo de levar os jovens a prestar ajuda às comunidades, especialmente às mais carentes. E isso só depende da boa vontade dos políticos e da iniciativa e empenho do governo. Somar ao serviço militar obrigatório o serviço civil seria um grande avanço para a nação brasileira. Por que não colocar essa ideia em prática?
 
*Professor e superintendente-executivo do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais
 
 
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