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Vinte e três casos suspeitos de febre hemorrágica aguda estão sendo investigados em Minas Gerais. Do total, 16 tiveram o diagnóstico de febre amarela confirmado após exames laboratoriais, conforme informado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
Dos 23 pacientes que apresentaram os sintomas, 14 morreram. As causas das mortes ainda estão sendo investigadas. Por causa desses casos, aproximadamente 15 municípios mineiros próximos a Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Manhumirim e Governador Valadares estão em alerta.
“A notificação desses casos põe o Estado em alerta. Apesar desses 16 casos terem dado positivo para febre amarela, em exame laboratorial, ainda está sendo realizada uma investigação epidemiológica com as famílias, históricos de vacinação e deslocamentos desses pacientes, entre outras informações complementares importantes, para confirmação final dos casos”, explicou o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said.
Prevenção
De acordo com a SES-MG, as amostras foram encaminhadas para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Dentre as doenças suspeitas de terem provocado a febre hemorrágica estão febre amarela, dengue, leptospirose e febre maculosa.
“Entre as ações, estamos intensificando a vacinação contra febre amarela, atualização dos cartões de vacinação dos moradores das referidas localidades, potencializando as formas de divulgação sobre as medidas de prevenção e controle da febre amarela, além da importância da vigilância sentinela com as epizootias (morte de macacos)”, disse Said.
Até o momento, todos os casos de febre hemorrágica notificados no Estado ocorreram em áreas rurais, entre pacientes do sexo masculino, de sete a 53 anos, com início dos sintomas em dezembro último.
De acordo com a secretaria, o último caso humano autóctone (doença contraída em Minas) de febre amarela silvestre ocorreu em 2009, em Ubá, e evoluiu para a cura.
A doença
A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos, tanto em áreas urbanas quanto silvestres. Nas áreas urbanas, a transmissão se dá por meio do mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, chikungunya e zika. Em áreas florestais, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
A transmissão acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra a doença é picada por um mosquito infectado. Além do homem, a infecção também pode acometer macacos, que podem desenvolver a febre amarela silvestre e ter quantidade suficiente de vírus para infectar mosquitos e, assim, infectar o homem.
Os primeiros sintomas são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente.