Três homens foram presos – na última quinta-feira (19) e na manhã desta sexta-feira (20) – por suspeita de envolvimento em dois homicídios cometidos em Contagem. O trio foi apresentado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta tarde.
Segundo a corporação, Marcelo Gomes Teixeira (foto), de 36 anos, foi detido no bairro Novo Eldorado pelo estrangulamento do cabeleireiro Ricardo Antônio Martins, de 41, no bairro Glória, em 21 de dezembro do ano passado.
A vítima foi encontrada em casa, com os pulsos amarrados com um cadarço e estrangulada com o fio de um secador de cabelos. De acordo com a PCMG, testemunhas relataram ter ouvido gritos no dia do crime, mas não notaram a presença de outra pessoa no imóvel.
As investigações levaram a polícia até Marcelo, que morava próximo a Ricardo, mas mudou de endereço semanas após o crime. Na casa do suspeito, foram encontrados o computador e o celular do cabeleireiro.
Histórico
“Acreditamos que Marcelo, que já possui extenso envolvimento com estelionatos, tenha percebido a expansão dos negócios da vítima e, sabendo que Ricardo era assumidamente homossexual, planejou como se aproximar de forma a extorqui-lo”, explicou a delegada responsável pelo caso, Gislaine de Oliveira Rios.
Ainda segundo Gislaine, os R$ 700 que a vítima mantinha em casa para pagar agiotas não foram encontrados. “Não descartamos a hipótese de um latrocínio, mas o fato de encontrarmos o celular e o computador da vítima na casa do suspeito reforçam os indícios de que ele tentava apagar evidências da relação entre os dois”, afirma a delegada.
A PCMG aguarda resultados da perícia feita no computador de Ricardo para apurar o grau de envolvimento entre ele e o suspeito. Marcelo nega o crime. Ele já tinha passagem por homicídio e, durante as últimas investigações, a esposa dele entrou em contato com a polícia para registrar queixa depois de sofrer uma tentativa de estrangulamento do parceiro.
Disputa pelo tráfico
Os outros suspeitos apresentados pela Polícia Civil nesta sexta-feira foram Cleisson Batista da Silva, de 20 anos, e Fernando Henrique Neves Silva, de 24. A suspeita é de que eles tenham sido os autores dos disparos que mataram Luiz César de Moura Júnior, de 26, no bairro Fonte Grande, em 28 de setembro último.
Segundo a PCMG, a vítima estava em um veículo quando teve a passagem bloqueada pela dupla, que disparou diversas vezes, à luz do dia. Lucas Mendes Ferreira, de 23 anos, também é suspeito de ter participado da ação. Ele está foragido.
As investigações mostraram que Cleisson e Fernando pertencem a uma gangue rival à de Luiz, que ela teria assumido o controle do tráfico na região do bairro Vila Itália. Recém-saído do sistema prisional, Cleisson teria recebido ordens do irmão de Lucas – que comanda ações de dentro da prisão – para matar a vítima.
Conforme informado pela polícia, esse foi o terceiro homicídio cometido por Cleisson e Fernando pela mesma motivação. Depois de matarem Luiz, eles ainda teriam imposto um toque de recolher no bairro e ameaçado testemunhas.
Recorrente
De acordo com Gislaine, a organização criminosa à qual os suspeitos pertencem é responsável, também, por roubos e clonagens de veículos utilizados nos delitos. No último dia 27, Cleisson se envolveu em uma tentativa de roubo de um carro no bairro Castelo, em Belo Horizonte, contra um policial civil. A ação acabou em troca de tiros.
“Esperamos com as prisões poder trazer tranquilidade à população, que estava atemorizada com esse círculo de violência”, enfatizou a delegada.
Quem tiver informações sobre o paradeiro de Lucas Ferreira pode informar à Polícia Civil pelo telefone 197 ou pelo Disque Denúncia (181), de maneira anônima.