Uma fábrica clandestina de linha chilena foi fechada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte, conforme divulgado pela corporação nesta terça-feira (8).
No local, Vanessa de Fátima Teodoro Neto, de 43 anos, foi presa em flagrante por crime contra as relações de consumo – “vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo” –, cuja pena é de detenção de dois a cinco anos ou multa.
De acordo com a PCMG, Vanessa não tinha passagens pela polícia e foi solta no dia seguinte à prisão, ocorrida na última sexta-feira (4), após pagamento de fiança estipulada pela Justiça.
Fornecedores
A fabricação de linha chilena era feita no terraço da casa da mulher, que vendia o produto junto a outros suspeitos, ainda não localizados. Na ação, foram apreendidos 11 maquinários de produção, 74 frascos de cerol, pó químico de mistura de vidro, cerca de 50 mil metros de linha e anotações de contabilidade.
Segundo as investigações, a fábrica clandestina funcionava há, aproximadamente, três anos. O menor carretel, com 400 metros de linha, era vendido por R$ 20 a R$ 30, enquanto o maior, com 12 mil metros, custava cerca de R$ 400.
“Os pais têm que estar atentos ao tipo de linha que os filhos estão consumindo”, alertou o delegado Rodrigo Damiano, responsável pelas investigações. “Acreditamos que fechamos a maior fábrica de linha chilena de Belo Horizonte e, talvez, a maior de Minas Gerais”, acrescentou.
Ainda de acordo com a PCMG, a fábrica abastecia o comércio de cerol e de linha chilena em toda a capital, principalmente, na região do hipercentro. As investigações continuam em busca de outros envolvidos, já que a polícia acredita que pelo menos mais uma pessoa seja responsável pela fábrica.
Vítima
Em junho deste ano, uma criança de cinco anos morreu depois de ter o pescoço cortado por uma linha chilena no bairro Bela Vista, em Ibirité, na região metropolitana. Segundo a Polícia Civil, as investigações foram intensificadas após esse episódio, que gerou grande comoção.
Denúncias feitas à corporação informaram sobre a concentração da venda ilegal do produto no hipercentro de BH e culminaram na localização da fábrica fechada na semana passada.
A linha chilena – assim batizada porque começou a ser produzida no Chile – tem um poder cortante até quatro vezes maior do que o do cerol (mistura de cola com vidro moído), porque é feita a partir de pós de quartzo e de alumínio.