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Sebastião Alvino Colomarte*
A inserção do jovem no mercado de trabalho, principalmente em um momento de elevados índices de desemprego, é um dos grandes desafios enfrentados pelo Brasil. Nesse sentido, a atividade de estágio para estudantes e o programa de aprendizagem para adolescentes de 16 a 24 anos são alternativas viáveis para viabilizar esse processo, já que ambas as atividades não exigem experiência prévia.
Educadores, empresários e representantes do governo estarão debatendo o tema nesta quinta-feira, em Belo Horizonte, no hotel Ouro Minas, durante o “Seminário nacional sobre estágio e aprendizagem”, cujo tema é “O poder transformador da educação e do trabalho”. O evento, sob a chancela do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) e do CIEE Nacional, tem como objetivo a troca de experiência e a busca de alternativas viáveis para aumentar o número de vagas de estágio e aprendizagem nas empresas de todo o país.
Trata-se de dois temas que interessam, e muito, à comunidade estudantil, uma vez que por meio do estágio muitos jovens têm oportunidade de colocar em prática os ensinamentos teóricos adquiridos em sala de aula. Já a aprendizagem é uma das alternativas para aqueles estudantes, principalmente os mais carentes e sem nenhuma experiência, terem acesso ao mercado de trabalho.
Considero o estágio como excelente ferramenta para a qualificação profissional dos estudantes. Além disso, a atividade oferece ao jovem as bases para a formação humana. No ambiente empresarial, os estudantes em estágios são diariamente confrontados com situações que, seguramente, somente com o embasamento teórico aprendido nas salas de aula seria praticamente impossível absorver.
Assim, entendo que os programas de estágios devem receber tratamento especial pelas empresas, devido à importância no contexto didático-pedagógico-profissional.
Por outro lado, existe outro público pertencente à comunidade escolar e que também carece de apoio. Trata-se daquele jovem cuja família, na maioria das vezes, com menor poder aquisitivo, não possui condições ou informações adequadas para auxiliá-lo no desafio de conquistar uma vaga no mercado de trabalho.
Estudantes com o perfil de vulnerabilidade social contam com o programa de aprendizagem. Como instituição qualificadora de aprendizes, e com o apoio dos empresários, o CIEE/MG tem conseguido abrir as portas do mercado de trabalho para os jovens, de 14 a 24 anos que, sem qualquer tipo de experiência, têm dificuldades em obter o primeiro emprego.
Esperamos que esse encontro em Belo Horizonte possa sensibilizar os empresários a investirem mais em programas de estágios e aprendizagem. Assim, além de minimizar o alto índice de desemprego entre os jovens, eles estarão contribuindo para construir um país socialmente justo.
*Professor, superintendente-executivo do CIEE/MG .
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