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Luiz Cláudio Oliveira Alves de Souza*
Fabiana de Almeida**
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, também conhecida pela sigla Aids, é provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Ao entrar no organismo humano, o HIV atua no interior das células de defesa frente às infecções, parasitoses ou qualquer desequilíbrio na saúde do ser humano, sendo a célula mais atingida pelo vírus a CD4+.
Para que o vírus possa se multiplicar no organismo, ele precisa se instalar no interior das células, utilizando, assim, o material genético da célula infectada para se replicar, acoplando a fita de DNA criada com o auxílio da transcriptase reversa, que é uma enzima capaz de transformar o RNA viral em DNA viral, assim, acoplando esse DNA viral ao DNA da célula infectada, dessa forma escravizando e forçando esta célula infectada a replicar o vírus HIV no organismo.
Preferencialmente, o vírus HIV irá infectar e matar os linfócitos CD4+ auxiliares, podendo atacar também os macrófagos, ocasionando, assim, a perda da imunidade mediada por células e aumentando, desta forma, a predisposição do hospedeiro a doenças oportunistas, como tuberculose, candidíase, toxoplasmose, entre outras.
A pandemia do HIV iniciou-se na década de 1980, nos Estados Unidos da América (EUA), a partir do diagnóstico de vários homossexuais com “Sarcoma de kaposi”, pneumonia originada por Pneumocystis carinii e comprometimento imunológico, tornando-se uma doença de grande impacto para a saúde pública mundial desde então.
De acordo com relatórios do Programa das Nações Unidas Para o Combate à Aids (UNAIDS), em 2016 existia um total de 36,7 milhões de pessoas vivendo com o vírus HIV, do qual 34,5 milhões eram pessoas adultas. É contabilizado um total de 18 milhões de novas infecções e em média 1 milhão de óbitos relacionados à Aids por ano, desta maneira foram criadas metas pela Organização das Nações Unidas (ONU) a serem atingidas até 2020 para redução do número de novas infecções pelo vírus HIV, denominadas 90-90-90.
As metas 90-90-90 buscam acelerar o processo na resposta ao HIV até 2020. Essas metas estabelecem que 90% de todas as pessoas vivendo com HIV serão cientes de sua sorologia positiva para o vírus, 90% das pessoas diagnosticadas receberão terapia antirretroviral ininterrupta e 90% das pessoas em tratamento deverão apresentar supressão virológica. O perfil epidemiológico do HIV vem mudando nos tempos modernos, uma vez que nos anos 1980 os maiores índices de casos eram concentrados em homossexuais do sexo masculino, receptores de sangue e hemoderivados. Atualmente, apenas 12% dos casos são diagnosticados em homossexuais.
O vírus HIV é transmitido através do sexo sem camisinha (vaginal, anal ou oral), por mãe (portadora do vírus) para o filho durante a gestação, no parto ou na amamentação, no compartilhamento de agulha ou seringa com portadores de HIV, transfusão de sangue com presença do vírus HIV e instrumentos diversos (hospitalares, piercing, manicure) não esterilizados. O vírus HIV não é transmitido através de abraços, saliva, compartilhamento de talheres e copos, uma vez que ele está localizado em maior quantidade no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno.
O Brasil tem tido grande visibilidade mundial na luta contra o HIV/Aids, uma vez que disponibiliza de forma gratuita todos os medicamentos disponíveis no país para o tratamento de pessoas que vivem com o vírus, sendo disponibilizados desde esquemas básicos de tratamento até esquemas de resgate que podem onerar de forma significativa os cofres públicos. Atualmente, o Brasil também disponibiliza de forma gratuita a profilaxia pré exposição (PREP), que é um tratamento preventivo para que não haja contaminação pelo HIV caso ocorra exposição ao vírus.
* Graduando em Farmácia (Nova Faculdade)
** Farmacêutica/mestre em Ciências Farmacêuticas/docente da Nova Faculdade
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