Criado há seis anos, o bloco “Juventude Bronzeada”, que carrega as bandeiras contra o racismo e a homofobia, desfilou na terça-feira (5) de Carnaval, no bairro Floresta, na região Leste de Belo Horizonte.
Mesmo sem patrocínio, o bloco apostou em clássicos do axé, coreografados pela ala de dança, ao som de uma bateria com percussionistas de várias tribos carnavalescas de BH. A folia com o tradicional engajamento social também manifestou contra o atual governo federal.
A organizadora do bloco, Mariana Persi, falou sobre os “tempos sombrios” e das mortes da vereadora Marielle Franco e de um jovem assassinado por um segurança do supermercado Extra, no Rio de Janeiro. “O medo da intolerância, prenúncio do ódio que vimos crescer no último ano, quase fez o Juventude não sair neste ano”, disse Mariana.
Apesar de ter anunciado que evitaria falar do presidente da República, houve gritos contra Jair Bolsonaro (PSL). O regente da bateria, Rodrigo Boi, também criticou a postura do governo do Estado, que, por meio da Polícia Militar, tentou censurar os blocos.
“O grupo é contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e levanta bandeiras contra a homofobia, o machismo e o racismo, tudo que historicamente sempre defendeu. Ele não! Não queremos falar o nome desta pessoa, mas se alguém falar algo contra ele gostaremos", afirmou.
O bloco “Juventude Bronzeada” começou a concentração às 9h e seguiu em cortejo pela avenida Assis Chateaubriant, passando pelo viaduto de Santa Tereza.
