Data de publicação: 04-06-2019 09:00:00 - Última alteração: 04-06-2019 09:22:26

Junho Vermelho: campanha destaca importância da doação de sangue

Lava Jato Dias
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
Agência Brasil
 
Junho é tipicamente o período em que as temperaturas começam a cair, propiciando aumento da incidência de infecções respiratórias, além da temporada de provas em universidades, escolas e do início das férias escolares. Por isso, é também o período em que se costuma registrar quedas significativas nos estoques dos bancos de sangue, públicos e privados. Para destacar a importância da doação nesta época do ano, começou no último sábado (1º) a campanha Junho Vermelho.
 
A campanha iluminará com a cor vermelha, durante todo o mês, instituições públicas e privadas, prédios históricos e monumentos em diferentes localidades do país. Serão feitas ações especiais durante a semana do Dia Mundial do Doador de Sangue, que é comemorado em 14 de junho. Lançada no estado de São Paulo, a campanha Junho Vermelho ganhou status de lei estadual em 15 de março de 2017 (nº 16.386) e passou a ser promovida em todo o país.
 
Segundo a fundadora do “Eu Dou Sangue”, Debi Aronis, a ideia de criar o movimento veio depois de o pai dela precisar de sangue devido a uma doença delicada e de perceber que o período estava com estoques baixos nos hemocentros e hospitais. “Somente aqueles que enfrentam uma dificuldade e precisam da doação para que familiares ou amigos possam sobreviver sabem da importância desse ato. É um pequeno gesto, individual e gratuito, mas com consequências expressivas”.
 
Debi diz que o fato de as pessoas estarem menos propensas a sair de casa não diminui, e por vezes até aumenta, a rotina dos hospitais que atendem desde vítimas de acidentes de trânsito e da violência urbana até os portadores de doenças que requerem transfusões sanguíneas, como câncer, anemia falciforme e outras patologias, incluindo os procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, como transplantes e cirurgias cardíacas. "É importante ressaltar que a demanda de sangue permanece inalterada, apesar da redução da oferta nos estoques dos hemocentros".
 
De acordo com uma pesquisa feita em 2017 pelo “Eu Dou Sangue” em parceria com o Instituto Datafolha, aproximadamente 92% dos brasileiros disseram não ter doado sangue de junho de 2016 a junho de 2017.  De acordo com o levantamento, além do recesso e do clima mais frio, feriados e dias chuvosos impactam negativamente nos hemocentros, que costumam registrar queda de 30% nos estoques, no período.
 
Os dados também mostraram que 39% dos brasileiros admitem não saber qual é o próproi tipo sanguíneo. O estudo, que ouviu 2.771 entrevistados em todo o país, mostrou que o desconhecimento é maior entre os homens (44%) do que entre as mulheres (35%). Assim como a maioria dos jovens (52%), na faixa dos 16 aos 24 anos, também desconhecem esse aspecto do próprio corpo.
 
A recomendação da Organização Mundial de Saúde é de que cada país tenha de 3% a 5% da população doadora de sangue frequente. No Brasil, o índice fica em 1,8%, enquanto em alguns países da Europa, chega a 7%.
 
Níveis dos estoques do Hemominas, na última segunda-feira (3)
 
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