Data de publicação: 15-01-2020 16:28:00 - Última alteração: 16-01-2020 16:09:56

Polícia Civil confirma segunda morte associada ao consumo de cerveja

Joel de Brito - Agulhas que Curam
Foto: Divulgação
 
Agência Brasil
 
Mais uma vítima da síndrome nefroneural, que vem sendo associada ao consumo da cerveja pilsen Belorizontina, da Backer, morreu devido a complicações decorrentes do quadro de insuficiência renal e alterações neurológicas causado pela intoxicação por uma substância encontrada em amostras da bebida, o dietilenoglicol.
 
A vítima é um homem, cujo nome e idade não foram divulgados. Ele estava internado em uma das unidades hospitalares da rede Mater Dei, em Belo Horizonte, e o corpo será submetido a novos exames no Instituto Médico Legal (IML), a fim de tentar estabelecer a causa do óbito. A Polícia Civil trata o caso como a segunda morte oficialmente associada aos supostos casos de intoxicação por consumo da Belorizontina.
 
A suspeita de um terceiro caso fatal, de uma moradora de Pompéu, a cerca de 170 km de Belo Horizonte, ainda não foi confirmada pela Polícia Civil nem pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SEE-MG).
 
Segundo a Secretaria de Saúde de Pompéu, a mulher morreu em 28 de dezembro, e o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-MG) já foi notificado. A secretaria informou que a mulher, cujo nome não foi divulgado, esteve em Belo Horizonte entre os dias 15 e 21 de dezembro e, de acordo com parentes, tomou a cerveja Belorizontina nesse período.
 
Já a primeira morte foi registrada na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames a que a vítima foi submetida antes de morrer confirmaram a presença de dietilenoglicol no sangue. O corpo do paciente, um homem, foi sepultado no município mineiro de Ubá.
 
Substância tóxica
 
Vestígios do dietilenoglicol já foram encontrados no sangue de vários pacientes, em vasilhames lacrados de três lotes da cerveja Belorizontina e na linha de produção da fábrica da Backer, em Belo Horizonte. A cervejaria, no entanto, afirma que não emprega a substância tóxica na preparação da bebida. O dietilenoglicol costuma ser utilizado em sistemas de refrigeração devido às propriedades anticongelantes.
 
Em nota divulgada nesta quarta-feira (15) para comunicar a morte de mais um paciente internado, a Polícia Civil informou já recebeu notificações de 18 casos suspeitos de intoxicação – e que, em quatro deles, a intoxicação por dietilenoglicol foi atestada. A SEE-MG confirma 17 internações.
 
Todos os pacientes internados por causa da síndrome nefroneural apresentaram sintomas semelhantes: insuficiência renal aguda de evolução rápida (ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas) e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas.
 
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