Data de publicação: 06-02-2020 16:29:00 - Última alteração: 10-02-2020 16:41:38

Senacon instaura processo administrativo contra cervejaria Backer

Jornal Diário de Contagem On-Line
Foto: Cervejaria Backer/Divulgação
 
Agência Brasil
 
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, instaurou um processo administrativo contra a cervejaria mineira Backer. Produtora das cervejas suspeitas de terem intoxicado seis pessoas que morreram devido à síndrome nefroneural associada ao consumo do produto, a empresa já é alvo de um inquérito criminal e de um processo administrativo aberto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que determinou a interdição da fábrica.
 
A Senacon apontou problemas na campanha de recolhimento (recall) das cervejas e as próprias consequências do consumo dos produtos para justificar a instauração do processo administrativo. Em nota, a Senacon é taxativa ao afirmar que a “exposição de consumidores a cervejas impróprias gerou casos de intoxicação, e até mesmo de óbitos, por contaminação com as substâncias dietilenoglicol e monoetilenoglicol”.
 
Tóxico, o dietilenoglicol costuma ser uado em sistemas de refrigeração, devido a suas propriedades anticongelantes. Perícias realizadas pela Polícia Civil encontraram indícios da substância em amostras de cervejas Backer e também na fábrica da empresa em Belo Horizonte. Exames realizados pelo Instituto de Criminalística da corporaçãço também apontaram a presença de monoetilenoglicol na linha de produção.
 
A Senacon critica a cervejaria por ter apresentado a campanha de recolhimento apenas após ter sido notificada, e não ao tomar conhecimento do problema, conforme estabelece a lei. “Quando formalizado o recall, a documentação não atendia aos requisitos da legislação aplicável”, acrescenta a nota que a secretaria divulgou nesta quinta-feira (6). Para a Senacon, a Backer deveria ter atuado de forma mais “célere, tempestiva e eficaz”.
 
A cervejaria será intimada a apresentar sua defesa administrativa. Caso condenada, poderá ser multada em até R$ 10 milhões.
 
Até o momento, a Backer não se manifestou sobre a decisão da Senacon. Desde que a suspeita de contaminação das cervejas se tornou pública, a empresa tem negado usar dietilenoglicol na produção.
 
Crime
 
O inquérito criminal que a Polícia Civil de Minas Gerais instaurou para apurar as causas e os responsáveis pela síndrome nefroneural atribuída ao consumo de cervejas Backer completará um mês no sábado (8). A 4ª Delegacia de Polícia do Barreiro investiga 33 casos de intoxicação humana, incluindo as seis mortes.
 
Vinte e quatro pessoas, entre vítimas internadas e seus parentes, já foram ouvidas. Além de recolher amostras de cervejas e periciar a fábrica da Backer, policiais apreenderam documentos e amostras do produto que uma distribuidora de Contagem fornecia à cervejaria. Uma das hipóteses que os responsáveis pelo inquérito investigam é se o insumo poderia estar contaminado.
 
Os casos mais antigos remontam a outubro de 2019. Todas as pessoas internadas devido à suspeita de terem desenvolvido a síndrome nefroneural apresentaram sintomas semelhantes – insuficiência renal aguda de evolução rápida (ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas) e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros.
 
Em nota divulgada na última terça-feira (4), a Polícia Civil afirmou não ter prazo para concluir as investigações e admitiu pedir a prorrogação do prazo final para o inquérito.
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