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O candidato a prefeito de Contagem Ivayr Soalheiro (PDT) foi alvo de uma operação deflagrada nesta quarta-feira (28) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Contagem e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A ação visa combater desvios de recursos públicos destinados ao programa Bolsa Moradia no município. O rombo seria de pelo menos R$ 4.168.183,42. A operação, denominada “Aluga-se”, contou com o apoio das Polícias Civil e Militar.
Segundo o MPMG, há indícios de que o então diretor do programa tenha se associado a dois outros investigados para desviar os valores pertencentes ao erário aos familiares e entes próximos dos integrantes da associação criminosa, empresas que atuam no ramo de materiais de construção, uma associação beneficente e outras pessoas, também investigadas.
“Além disso, as provas demonstraram a participação, direta ou indireta, de outros agentes políticos e públicos na execução dos crimes”, informa o Ministério Público.
A operação
Ao todo, foram expedidos 31 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária. Foram cumpridas ordens judiciais em Contagem, Belo Horizonte, Oliveira, Baldim, Jaboticatubas e Ribeirão das Neves. Também foi determinado o bloqueio dos valores pertencentes aos investigados até o limite de R$ 4.168.183,42 e o afastamento dos cargos e funções públicas de quatro deles.
Além de Soalheiro, que é vereador licenciado e ex-secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, foram alvos da operação “Aluga-se” um ex-diretor do programa Bolsa Moradia, um secretário municipal e outros agentes públicos e políticos, servidores públicos, pessoas e empresas.
De acordo com o MPMG, os indícios comprovam a execução dos crimes de associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informação e lavagem de dinheiro, cujas penas variam de dois a 12 anos.
Posicionamentos
A Câmara Municipal de Contagem (CMC) afirmou que a própria Casa tem participado das investigações desde agosto, “inclusive com a formação de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito], que já escutou dezenas de pessoas supostamente envolvidas no caso”.
Em nota, a assessoria do candidato alega que ele é vítima de perseguição política por conta das eleições municipais deste ano, e que ele não tem nenhum envolvimento nas denúncias investigadas.
“Sua vida sempre foi pautada pela honestidade e transparência. Ivayr está profundamente indignado com a fraude ocorrida no Programa Bolsa Moradia, supostamente realizada por um ex-servidor da subsecretaria de Habitação da Prefeitura de Contagem, que era autônomo e funcionava em prédio distinto”, diz o texto, ressaltando também que o vereador licenciado apoiou a instauração da CPI e que os responsáveis devem ser “exemplarmente punidos”.
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