Data de publicação: 06-11-2020 11:57:00

Eleições 2020: urnas são seguras e uso é transparente, afirma TSE

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Antonio Augusto/Ascom TSE
 
AGÊNCIA BRASIL
 
Não são novas as dúvidas e questionamentos sobre a segurança das urnas utilizadas pela Justiça Eleitoral nas eleições brasileiras. No pleito de 2018, o tema foi objeto de ações coordenadas de eleitores e grupos políticos para jogar suspeição sobre a segurança do sistema e a consequente legitimidade dos resultados das votações a partir dele. Neste mês, que o Brasil se prepara para escolher prefeitos e vereadores novamente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reafirmou à Agência Brasil que as urnas eletrônicas são seguras e que as medidas adotadas são transparentes, podendo ser acompanhadas pelos partidos e outras instituições.
 
O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, lembra que as urnas são empregadas como meio técnico de coleta de votos desde a disputa municipal de 1996. Ele conta que a iniciativa veio em resposta ao que chamou de limites a falhas de coleta e apuração humanas. No processo até então, pessoas votavam em cédulas de papel, que eram colocadas em grandes sacos e depois eram retiradas para o escrutínio.
 
“Tínhamos muita intervenção humana. E quando há intervenção humana, temos três características: lentidão, prática de erros e possibilidade de fraude pela manipulação da informação. Houve possibilidade de se transformar um processo que era lento e cheio de erros e fraudes em um processo célere, com garantia de integridade e proteção, com rastreabilidade, que está ligado à transparência”, destaca o secretário.
 
Para efeito de comparação, dois dias após o término da votação nos Estados Unidos, as apurações dos votos para presidente e para parte do Parlamento não haviam sido concluídas. No Brasil, os resultados presidenciais são dados horas após o fechamento das urnas, enquanto os dos Estados menores acontecem ainda no mesmo dia, sobrando poucas Unidades da Federação que concluem no dia seguinte.
 
Aprimoramentos
 
Janino considera a urna eletrônica uma “mudança de paradigma”. A partir do início do seu emprego, o sistema foi sendo aperfeiçoado e foram inseridas novas funcionalidades. Ele considera que o projeto garante segurança e transparência.
 
Toda a tecnologia é desenvolvida no TSE, conforme informado pelo secretário. Seis meses antes de cada eleição, o sistema é aberto para que mais de 15 instituições, como partidos políticos, Ministério Público, Polícia Federal, universidades e entidades de classe, se habilitem para verificar os programas que serão adotados.
 
Após esse período, os programas são lacrados e blindados, passando por mecanismos de segurança por meio de assinaturas. “Em cada um deles é feito um código matemático e isso gera um dígito verificador. Isso garante integridade. Fazemos um conjunto de assinaturas em cima desses programas que vão desde o chefe da unidade, coordenador, secretário de tecnologia e autoridades como o presidente do TSE, PGR [Procuradoria-Geral da União], presidente da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], que fazem a última camada de assinaturas”, explica Janino.
 
Uma cópia fica no cofre do tribunal como alternativa para verificação. Outras são enviadas para os tribunais regionais eleitorais. Quando o software é instalado nas urnas, elas o leem e conferem as assinaturas. Apenas dessa maneira, coloca o secretário, o aparelho funciona. Ele argumenta que não seria possível uma fraude roubando uma urna, por exemplo.
 
“Esse fato de subtrair uma urna não preocupa. Ela tem todo um esquema de proteção e não vai funcionar nem gerar dado oficial. Existem vários pontos de segurança e verificação que garantem a integridade do processo”, diz.
 
Verificações
 
Outro procedimento de fiscalização feito pela Justiça Eleitoral é selecionar determinadas urnas na véspera da eleição e proceder uma simulação dos votos nas sedes dos TREs. Isso ocorre com a participação de representantes das candidaturas, com câmeras filmando os votos, e, após o fim do procedimento, há uma conferência se os votos vistos correspondem àqueles registrados na máquina.
 
Após cada pleito, o TSE e a Justiça Eleitoral avaliam o desempenho do sistema e discutem o que pode ser inserido, tanto nos equipamentos quanto nos programas utilizados. “Não há nenhum caso de fraude identificada até hoje. Todas as suspeições formalizadas são investigadas por instituições independentes, como o Ministério Público e a Polícia Federal”, enfatiza o responsável pela tecnologia da informação do tribunal.
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