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Agência Brasil* - Brasília
Sede do Parlamento norte-americano foi invadido por manifestantes apoiadores de Donald Trump nessa quarta-feira (6), por volta das 13:30h. Biden só foi certificado por volta das 3h40 (5h40, no horário de Brasília). O Capitólio ficou ocupado por mais ou menos sete horas.
Biden teve 306 votos confirmados contra 232 para o atual presidente do país, Donald Trump, após uma invasão violenta do congresso por manifestantes que participavam de um protesto em Washington.

A sessão foi interrompida. Manifestantes tiveram acesso ao plenário e até o gabinete da presidente da Casa. Parlamentares e jornalistas foram abrigados no sub solo do prédio como medidas de segurança. O Capitólio só foi desocupado quando as Forças de Segurança chegaram para auxiliar o efetivo do Parlamento norte-americano.
O protesto interrompeu os trabalhos dos congressistas durante várias horas. O confronto entre manifestantes e policiais deixou quatro pessoas mortas e mais de 50 detidas.
Retomada a segurança e a sessão, os congressistas norte-americano rejeitaram duas tentativas de objeção aos resultados de novembro, apresentadas por representantes republicanos do Arizona e da Pensilvânia. As moções não reuniram votos suficientes por parte de outros Estados para serem discutidas. Joe Biden foi certificado presidente dos EUA.

Após a certificação pelo Congresso, Trump prometeu uma "transição ordeira".
Com as redes sociais bloqueadas, Donald Trump reagiu pelo Twitter de Dan Scavino, diretor de redes sociais do presidente norte-americano. O presidente voltou a falar que as eleições foram fraudadas.
"Embora discorde totalmente do resultado da eleição e os fatos me deem razão, ainda assim haverá uma transição ordeira em 20 de janeiro. Sempre disse que continuaríamos a nossa luta para garantir que apenas votos legais fossem contabilizados. Embora isso represente o fim do melhor primeiro mandato na história da presidência, é apenas o princípio da nossa luta para tornar a América grande outra vez", diz o tuíte.

Autoridades brasileiras reagiram a invasão do Congresso norte-americano, Bolsonaro não.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (7), o ministro Luiz Edson Fachin, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) disse que a alternância de poder não pode ser motivo para truculência.
"A violência cometida, nesse início de 2021, contra o Congresso norte-americano deve colocar em alerta a democracia brasileira. Na truculência da invasão do Capitólio, a sociedade e o próprio Estado parecem se desalojar de uma região civilizatória para habitar um proposital terreno da barbárie. A alternância de poder não pode ser motivo de rompimento, pois participa do conceito de república", destacou.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se manifestou na noite de ontem (6), sobre o episódio pelas redes sociais.
“No triste episódio nos EUA, apoiadores do fascismo mostraram sua verdadeira face: antidemocrática e truculenta. Pessoas de bem, independentemente de ideologia, não apoiam a barbárie. Espero que a sociedade e as instituições americanas reajam com vigor a essa ameaça à democracia”.
Pelo Twitter, o presidente do Senado brasileiro, Davi Alcolumbre, comentou que a Casa “envia aos congressistas e ao povo americano nossa solidariedade e nosso apoio”. “Defendo, como sempre defendi, que a democracia deve ser respeitada e que a vontade da maioria deve prevalecer”, completou.
Rodrigo Maia, presidente da Câmara, classificou a invasão do Congresso norte-americano como “um ato de desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições”. “Fica cada vez mais claro que o único caminho é a democracia, com diálogo e respeitando a Constituição”, completou.
Na noite de ontem, o ministro do STF Gilmar Mendes também se manifestou. "A invasão do Capitólio norte-americano revela as graves consequências do sectarismo político odioso. O episódio reforça a importância de uma Justiça Eleitoral altiva. Notícias falsas e milícias digitais não apenas corroem a democracia: elas colocam em risco a vida humana", destacou no Twitter.