Papagaios-verdadeiros foram resgatados pelo GPA em outubro passado; homem tentava vendê-los ilegalmente
Foto: GCC/Arquivo
Foto: GCC/Arquivo
Entre 12 de fevereiro e 12 de março deste ano, 21 animais silvestres foram resgatados pelo Grupamento de Policiamento Ambiental (GPA) da Guarda Civil de Contagem (GCC) fora de seu habitat natural. Segundo a corporação, embora não haja um estudo que correlacione o aumento desse tipo de ocorrência à pandemia, tem-se observado um incremento nos casos de tráfico e de abandono nos últimos 12 meses.
Entre os resgates feitos nesse período estão o de uma seriema atropelada na orla da lagoa Vargem das Flores; de um mico-estrela eletrocutado; de uma cobra-de-duas-cabeças nas imediações de uma agência bancária e de um papagaio-verdadeiro sem lesões aparentes.
Nesses casos, os animais feridos são encaminhados a clínicas veterinárias parceiras do GPA, enquanto os outros são devolvidos à natureza ou entregues ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis.
“Fazemos esse trabalho com responsabilidade, cientes que estamos preservando a vida e a segurança desses animais, impedindo que eles morram ou sofram maus-tratos”, disse o chefe de gerenciamento da GCC, Adrinei Eustáquio.
O que fazer
Na maioria das vezes, o GPA é acionado após denúncias feitas pela própria população por meio do telefone 153. Segundo Eustáquio, o ideal, de fato, é que as pessoas acionem a guarda e aguardem a chegada dos agentes.
“Não é recomendado que o público em geral manuseie animais silvestres ou tente tratá-los. Cada animal requer dieta e tratamento especializados. Deixá-los quietos é o melhor tratamento possível até que eles possam ser transportados pelo Grupamento Ambiental da Guarda Civil ou pela Polícia Ambiental”, reforçou o chefe de gerenciamento.
Além das práticas criminosas e do abandono, o desmatamento é uma das causas prováveis para o aparecimento mais frequente de animais em silvestres em áreas urbanas, conforme destacado pelo chefe do GPA, Paulo Loureiro.
“Diversas espécies que perdem espaço na natureza acabam dividindo o ambiente urbano com os moradores da cidade. Além disso, o tráfico contribui. Nossa intenção é intensificar o combate ao comércio ilegal e coibir maus-tratos aos animais”, finaliza Loureiro.
Vale ressaltar que a retirada desses animais de seu habitat natural é um crime ambiental grave que afeta todo o ecossistema, ou seja, causa impactos significativos na fauna e na flora.
Em Contagem, as denúncias também podem ser feitas pelo telefone (31) 3198-8650 ou pessoalmente em qualquer comando da Guarda Civil.
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