Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
AGÊNCIA BRASIL
O Diário Oficial da União traz nesta terça-feira (30) a publicação dos decretos que oficializam as mudanças no comando de seis pastas do primeiro escalão do governo federal. A reforma ministerial foi anunciada na última segunda-feira (29) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e inclui trocas na Casa Civil e na Secretaria de Governo, ambas ligadas à presidência da República; no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP); no Ministério das Relações Exteriores; no Ministério da Defesa; e na Advocacia-Geral da União (AGU).
A Casa Civil será comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos, em substituição ao também general Walter Braga Netto. Ramos, que até então ocupava a Secretaria de Governo, será substituído pela deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), que faz parte da base de apoio do governo no Congresso. Já Braga Netto será deslocado para o comando do Ministério da Defesa no lugar do general Fernando Azevedo e Silva, que anunciou na segunda-feira a sua demissão do cargo.
Na AGU, o governo anunciou o retorno de André Mendonça como advogado-geral, deixando então o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele entra no lugar de José Levi, que informou mais cedo a sua saída do cargo. Mendonça volta a ocupar o cargo em que esteve até abril de 2020, quando substituiu o ex-ministro Sergio Moro no comando do MJSP. Em seu lugar no ministério, assumirá o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
Também foi confirmada a mudança no Ministério das Relações Exteriores, com a saída de Ernesto Araújo. A atuação do chanceler vinha sendo questionada pelo Congresso Nacional. Parlamentares governistas e de oposição, tanto da Câmara quanto do Senado, pressionaram pela saída do ministro da pasta, especialmente por causa das relações do Brasil com a China e na condução diplomática do enfrentamento à pandemia de Covid-19. Governadores também se manifestaram favoravelmente.
Araújo estava no comando do Itamaraty desde o início do governo Bolsonaro e, em seu lugar, assume o diplomata Carlos Alberto França, atualmente assessor especial de Bolsonaro, mas que, até poucos meses atrás, ocupava o cargo de chefe do cerimonial da presidência da República. França foi promovido a ministro de primeira classe (embaixador) em 2019, o último posto da carreira diplomática. No exterior, atuou como ministro-conselheiro na Embaixada do Brasil na Bolívia e também serviu em representações diplomáticas em Washington (EUA) e Assunção (Paraguai).
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Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica também deixam os cargos
Outras baixas
Também nesta terça-feira, o Ministério da Defesa anunciou a saída dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. A mudança ocorre um dia após Azevedo e Silva ter deixado o cargo de titular da pasta.
A nota do ministério não informa o motivo das saídas nem os nomes de quem ocupará os comandos das três Forças Armadas. Segundo a pasta, a decisão foi tomada durante uma reunião realizada com a presença do ex-ministro da Defesa, de Braga Netto e dos três comandantes substituídos – Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).
Na segunda-feira, ao anunciar que deixaria o cargo, Azevedo e Silva agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro a oportunidade de “servir ao país”, integrando o governo por mais de dois anos. “Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”, afirmou, destacando que deixa o posto com a certeza de ter cumprido a sua “missão”.
Azevedo e Silva também disse ter dedicado total lealdade ao presidente, e agradeceu aos comandantes das Forças Armadas, bem como às respectivas tropas, “que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira”.
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