Foto: Luci Sallum/PMC
A equipe de trabalho avalia o risco hidrológico que as quase 30 toneladas de piche podem causar no Córrego Sarandi e região. O vazamento ocorreu após um acidente entre uma carreta que transportava o produto e outro caminhão que bateu no tanque, na última quarta-feira (16), na Via Expressa, na altura do bairro Parque São João, em Contagem.
A Prefeitura de Contagem afirmou que continua atenta e acompanhando o trabalho de limpeza e remoção do piche.
Nesta quarta-feira (23), técnicos das secretarias de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Semad, Obras e Serviços Urbanos – Semobs, da Defesa Civil e Transcon acompanharam a equipe da empresa Ambipar, responsável pela limpeza final do passeio, canaleta e pista de rolamento no local onde ocorreu o acidente.

O Comitê de Crise estuda as ações para cobrar celeridade da Indústria Nacional de Asfalto S/A, responsabilizada pelo acidente, que deverá vistoriar e analisar as galerias e os ramais de água pluvial que ligam o ponto onde ocorreu o derramamento do piche, aos córregos Sandra Rocha e Sarandi, cerca de 3km.
Segundo o assessor técnico da Semad, Eduardo Morais, um equipamento chamado Rover, capaz de iluminar, captar imagens e vídeos das tubulações é fundamental para avaliar o risco hidrológico do local.
“O objetivo desta operação é visualizar e identificar se há, ainda, vestígios ou placas de piche incrustadas nos canais que possam comprometer o sistema de drenagem, reduzindo o escoamento da água das chuvas e, consequentemente, provocar inundações”, explicou.
O Rover mostra o ponto exato onde o material está estabelecendo a distância e o local do ramal ou da galeria que deverá ser rompido para a retirada do produto, ou mesmo, se será necessário a substituição da rede ou outro tipo de intervenção, além da limpeza. De acordo com a Semad, cerca de 90% do material que vazou foi recolhido.

Empresa responsável pelo vazamento é multada em R$ 17,8 mil
Segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente - Feam, o valor da multa ainda pode aumentar no final do processo de apuração. O acidente que causou o vazamento de piche na rede fluvial, ocorreu quarta-feira (16), na Via Expressa, no bairro Parque São João, em Contagem.
O motorista do caminhão que chocou na traseira da carreta de piche, ficou com a perna presa no veículo. Os Bombeiros fizeram o desencarceramento da vítima que foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - Samu. O trecho ficou interditado e só foi liberado após 20 horas do acidente.
Quase 30 toneladas de material asfáltico que derramaram no córrego, correm o risco de deságua na Lagoa da Pampulha. Barreiras de contenção foram instaladas no Sarandi para evitar um desastre maior.

De acordo com a Feam, a empresa será autuada com base na legislação por "causar intervenção de qualquer natureza que resulte em poluição, degradação ou danos aos recursos hídricos, às espécies vegetais e animais, aos ecossistemas e habitats ou ao patrimônio natural ou cultural, ou que prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar da população.
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, 25 toneladas de material asfáltico foram recolhidas até essa segunda-feira (21) e pelo menos cinco animais ficaram presos no material e foram resgatados.