A plenária final da IV Conferência de Política Urbana de Contagem foi realizada durante todo o sábado (9), no Espaço Tenda, na Sede da Prefeitura. As propostas e as emendas para a revisão do Plano Diretor foram apreciadas e votadas.
A maioria das propostas foi aprovada por consenso. Algumas mais polêmicas foram reprovadas pelos delegados representantes da sociedade civil e do próprio governo. Os delegados eleitos nas pré-conferências, puderam apresentar propostas capazes de orientar o crescimento sustentável da cidade e ainda melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
A prefeita Marília Campos (PT) esteve na conferência e ressaltou a importância de voltar com a área rural.
“Esta conferência é de resistência, porque estamos voltando com a área rural para defender a nossa cidade. Não permitimos o Rodoanel dividir Contagem ao meio, porque o município já é dividido pela Via Expressa, a BR-381 e a BR-040. O sistema viário da cidade é muito importante, mas traz problemas de desintegração. Não podemos desenvolver a cidade só pensando naqueles que vão ganhar algo do ponto de vista econômico. Temos que pensar naqueles que moram aqui, que dependem da qualidade de vida do nosso município”, disse a prefeita.
Segundo a Secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação - SMDUH, Mônica Maria Cadaval Bedê, “além de voltar com a área rural, sub bacias serão criadas para assegurar mais proteção aos mananciais”.
A professora Cristina Oliveira, que participou ativamente na elaboração das propostas, saiu otimista da conferência. “Com a aprovação da volta da área rural não será possível aprovar o licenciamento ambiental para passar com o Rodoanel pela região de Vargem das Flores. O Plano Diretor e a Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo de Contagem não permitirá a construção da rodovia passando pelo território contagense”, frisou a representante do SOS Vargem das Flores.
De acordo com o assessor executivo do gabinete, Isnard Monteiro Horta, a importância do Plano Diretor é a possibilidade de propor uma cidade com desenvolvimento econômico equilibrado levando em consideração a inclusão das pessoas que são excluídas do processo de urbanização. “Estamos fazendo com que a cidade se desenvolva de uma forma mais organizada, criando centros regionais que facilitem a vida das pessoas”, explicou.
Para os ambientalistas, a missão agora é garantir que as propostas do novo Plano Diretor sejam aprovadas pela Câmara Municipal de Contagem, sem alterações, já que os vereadores não quiseram participar desta revisão do Plano Diretor.
Os representantes da sociedade civil e do próprio governo esperam da Casa Legislativa uma reparação por terem aprovado a Revisão do Plano Diretor de 2017-2018, que acabou com as Áreas Rurais da cidade, colocando em risco toda a Bacia de Vargem das Flores e criando uma situação de insegurança hídrica para toda a população da região metropolitana de BH.
Agora um documento final será elaborado a partir das propostas aprovadas na plenária e servirá de base para o Projeto Lei do Executivo, que será encaminhado à Câmara Municipal de Contagem.