Data de publicação: 17-07-2023 21:14:00 - Última alteração: 24-07-2023 00:48:14

Peça “Parem As Máquinas”, greve de 1968 iniciada em Contagem

Panificadora Halley
Divulgação

O Núcleo Cena Crítica programou duas apresentações para sexta (21) e sábado (22), às 20h, da peça teatral  “Parem As Máquinas”, com direção de Gabriel Vinícius, que conta a história do movimento grevista que insurgir em Contagem, obrigando a Ditadura ceder. 

Sinopse

Este é um elogio à greve de 1968! Em abril de 1968, os trabalhadores de Contagem paralisaram as fábricas da cidade, cruzaram os braços e ocuparam as ruas. A peça contorna esse acontecimento, encenando o complexo de relações sociais que rondavam o período. 

A narrativa da peça se dá a partir de três mulheres, uma operária que revende cosméticos, uma sindicalista e uma militante da luta armada, que constroem essa luta, juntamente com um padre, um pelego, uma burguesia em crise pelo rumos do processo de industrialização e um barril de pólvora perto do fogo chamado arrocho salarial. 

Tudo isso mostra um quadro em transe sobre um Brasil no auge da intervenção militar, e que tencionava cada vez mais a radicalização das lutas populares.

A peça pretende funcionar como uma ferramenta de elucidação histórica, que exponha de forma didática as táticas dos trabalhadores, para que possamos repensar nosso tempo histórico a partir das imagens encenadas do passado.

A Greve 

Os operários forçaram o primeiro Reajuste Salarial na ditadura, desafiando as leis antigreves! Cerca de 1.200 trabalhadores da siderúrgica Belgo-Mineira, em Contagem, cruzam os braços para reivindicar um reajuste salarial de 25%.

A primeira greve depois do golpe militar, surpreendeu a ditadura. Desde 1964, o regime impunha uma política de arrocho que foi responsável por corroer mais de 20% do valor médio dos salários.

A greve foi articulada pela diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos eleita no ano anterior, que impedida de tomar posse e acusada de ter "elementos de esquerda" infiltrados, reivindicava o reajuste salarial. 

Com o sindicato sob intervenção do Ministério do Trabalho, nem os patrões, nem o governo, esperavam a eclosão de uma greve, desafiando a legislação restritiva da ditadura. A greve eclodiu dentro das fábricas e ganhou as ruas com mobilizações com mais de 15 mil trabalhadores.

As empresas ofereceram um reajuste de 10%, mas foi recusado em assembleia. No terceiro dia de greve na Belgo Mineira, o movimento ganhou a adesão dos trabalhadores de outras fábricas, como Mannesmann, RCA, SBE e de outras indústrias da região.

A greve se ampliou e ganhou o reforço da Belgo de João Monlevade e da Acesita, no Vale do Aço, também em Minas Gerais.

O ministro do Trabalho, coronel Jarbas Passarinho, foi pessoalmente a uma assembleia intimidar os grevistas. Repetiu as ameaças em rede de televisão. Em 24 de abril, 1.500 policiais militares tomaram a região industrial de Contagem. PMs foram buscar em casa os operários, ameaçados de demissão sumária.

O movimento terminou no 10ª dia de greve, em 26 de abril de 1968, com uma aparente derrota dos grevistas. Mas em 1º de maio, do mesmo ano, o general presidente Costa e Silva, foi obrigado a anunciar um abono de 10% dos salários para todos os trabalhadores brasileiros, furando pela primeira vez, a política de arrocho.

Núcleo Cena Crítica 

O Núcleo Cena Crítica surgiu a partir da necessidade, apontada pelo Fórum Popular de Cultura de Contagem, de um núcleo se especializa-se em agitação e propaganda para ampliar a relação dos movimentos com a população, e em contrapartida que utilize a arte como ferramenta de formação e combate da ideologia dominante. 

Formou-se assim esta unidade cooperativa de artistas que se opõe dialeticamente a narrativa de emancipação popular à narrativa fascista que se apoderou do Brasil. Vemos a necessidade de construir espaços de formação de base através do teatro, criar espaços de ativação da cidadania conectada com a realidade material e com as questões que permeiam a vida da sociedade. 

No cenário atual, está nítido que a conjuntura exige reflexão, contestação e intervenção. Nossa prática é inspirada nos pressupostos teóricos do teatro épico dialético de Bertolt Brecht, o teatro do oprimido de Augusto Boal, e as táticas de AgitProp da vanguarda russa (Meyerhold, Maiakovski e Asja Lacis).

Serviço

Sexta-feira (21), às 20h

Local: Parque Ecológico Eldorado, rua Paineiras, 753 - Eldorado, Contagem

Sábado (22), às 20h
Local: Parque Municipal Gentil Diniz, rua das Esmeraldas, 227 - N Sra Carmo, Contagem

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