Foto: Divulgação
Galeria de fotos apresentação no Parque Gentil Diniz, em Contagem
A peça de teatro retrata a histórica greve metalúrgica de 1968, iniciada em Contagem, a primeira sob a ditadura militar brasileira. O espetáculo será nos dias 4 e 5 de julho, na Funec Inconfidentes e nos dias 6 e 7 de julho, no SindMetal.
"Parem as Máquinas" foi produzida pelo coletivo Núcleo Cena Crítica e dirigida por Gabriel Vinícius, terá entrada é gratuita e os ingressos estão disponíveis no Sympla.
A peça
Inspirada no documentário "1968: A Greve de Contagem" (2018) de Carlos Pronzato, a peça "Parem as Máquinas" transporta o público paa a época em que os operários da siderúrgica Belgo-Mineira iniciaram uma greve histórica para exigir um reajuste salarial de 25%.
O movimento foi um marco de resistência contra um regime que desgastava os salários e reprimia a organização sindical. Aproximadamente 1.200 trabalhadores de Contagem participaram da greve, que mobilizou mais de 15 mil pessoas na região metropolitana de Belo Horizonte, João Monlevade e Vale do Aço.
Relevância
Segundo o diretor Gabriel Vinícius, "a peça vai direto na ferida porque durante a greve, o AI-5 ainda não havia sido promulgado, e havia uma esperança de que a ditadura pudesse ser derrubada", explicou.
A montagem da peça foca na coragem dos trabalhadores e na importância de revisitar a história para entender as pequenas vitórias durante períodos difíceis. "Essa foi a primeira greve vitoriosa durante o regime, uma luta que conseguiu uma conquista nacional, mesmo sem alcançar todas as reivindicações", completou Gabriel.
Produção
A produção executiva é de Pabs Andrade, e a trilha sonora é assinada por Chedinho. O elenco conta com Gabi Vieira, Manu Macedo, Jéssica Luiza Cardoso, Cristiano Nery e Douglas Martins.
A apresentação no Sindicato dos Metalúrgicos de BH e Região Metropolitana (SindMetal) tem um significado especial, pois a entidade celebra 90 anos em 2024. O espetáculo é financiado pelo Edital 003/2023 Paulo Gustavo: Outras Linguagens.
História
A greve de 1968 durou 11 dias, forçando o regime militar a conceder um abono de 10%, a primeira concessão desde o início da ditadura. Este episódio, revivido na peça, destaca o impacto da ação coletiva e da resistência organizada.
"Foi um movimento específico, sem chamado sindical, pois o sindicato estava sob intervenção e operando na clandestinidade. Os trabalhadores, politizados e enfrentando a violência da ditadura, decretaram a greve espontaneamente, mobilizando 15 mil trabalhadores no auge das manifestações", lembrou o diretor.
Serviço
Espetáculo "Parem as Máquinas"
Quinta-feira (4) e sexta-feira (5), às 20h, na Funec Inconfidentes - Praça Marília de Dirceu, 20, Inconfidentes, Contagem;
Sábado (6), às 20h e Domingo (7), às 19h, no SindMetal - Rua Camilo Flamarion, 55, Jardim Industrial, Contagem.
Entrada Gratuita
Ingressos no Sympla
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