Com uma trajetória longeva no jornalismo e uma voz inconfundível, Cid Moreira, um dos grandes nomes da história da TV brasileira, faleceu aos 97 anos nesta quinta-feira (3). 

Conhecido como o primeiro apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, no fim da década de 60, Cid permaneceu na bancada do telejornal por 26 anos, tornando-se um símbolo de credibilidade e respeito no jornalismo brasileiro.

Além da voz que se manteve forte ao longo dos anos, o vigor físico e a impressionante memória foram motivos de vários estudos realizados por especialistas.

Mente brilhante

O Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em Neurociências e membro da *Society for Neuroscience* dos Estados Unidos, destacou que, mesmo em idade avançada, Cid Moreira demonstrava traços cognitivos impressionantes. 

Ao analisar sua última postagem nas redes sociais, o especialista apontou que o apresentador, além de manter sua capacidade de comunicação intacta, demonstrava uma lucidez rara para sua idade.

"Mesmo com o envelhecimento cognitivo associado a declínios em áreas como a memória de trabalho, Cid Moreira continuava demonstrando flexibilidade cognitiva e clareza em suas mensagens, algo surpreendente para alguém de sua idade", comentou Dr. Fabiano.

Ecad

O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) emitiu uma nota de pesar, lamentando a morte do jornalista. 

O Ecad destacou a importância de Cid para a gestão coletiva de música no Brasil, com 467 composições e 207 gravações cadastradas. Os direitos autorais serão destinados aos herdeiros por 70 anos, de acordo com a Lei dos Direitos Autorais (9.610/98).

Amor inusitado por Fuscas

Fora das câmeras, Cid Moreira também era conhecido por sua paixão por Volkswagen Fusca. Em várias ocasiões, ele revelou nas redes sociais seu apreço pelo carro, mencionando já ter tido cerca de 20 modelos ao longo de sua vida. "Esse sempre foi o carro dos meus sonhos", admitiu o jornalista.

Sentimentos e inspiração

O Jornal Diário de Contagem Online expressa o mais profundo pesar pela morte de Cid Moreira. O jornalista editor do jornal, Robson Rodrigues Moreira, compartilhou suas memórias emocionantes, lembrando como o jornalista inspirou na própria carreira.

“Cid Moreira, desde de criança, me inspirou a me tornar jornalista. Cresci dando 'boa noite' para ele no final do Jornal Nacional e acreditava que ele estava me escutando”, relembrou.
 
"Ainda no ensino básico, pedi ao meu pai Murilo Moreira, que se parecia muito com o Cid Moreira, um gravador K7 e ganhei no Natal. Com o aparelho, incomum na época, comecei a brincar de entrevistar colegas e fazer gravações aleatórias. Na época já me arriscava na fotografia. Tudo em levou a trilhar o caminho do jornalismo", afirmou.

Cid Moreira deixa um legado inegável, que continuará inspirando gerações de comunicadores e jornalistas.

Homenagem a Cid Moreira

Nesta sexta (4), haverá uma segunda cerimônia de despedida no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O salão nobre estará aberto das 8h30 às 10h para a família e das 10 às 13h para o público em geral.