Fotos: Robson Rodrigues
O serviço público de castração de cães e gatos em Contagem está paralisado desde dezembro de 2024, quando o contrato com o Castramóvel, único equipamento que realizava esterilizações na cidade, chegou ao fim.
Sem esse recurso essencial, o controle populacional dos animais está descontrolado, especialmente entre gatos, que possuem ciclos reprodutivos mais frequentes.
Urgência no retorno do serviço
A paralisação agrava o problema da superpopulação de animais, já que fêmeas de gatos podem entrar no cio todos os meses, gerando cerca de cinco filhotes por gestação, mesmo em idades precoces.
Embora os cães tenham menor velocidade reprodutiva, a proliferação também é significativa e alarmante diante os maus tratos que sofrem os animais em situação de rua.
A situação preocupa especialistas e moradores, já que a ausência de controle populacional intensifica os problemas de abandono e bem-estar animal, além de possíveis impactos na saúde pública.

Dados populacionais e novas propostas
Embora o Censo 2022 registre 621.863 habitantes em Contagem, não há dados concretos sobre a população de cães e gatos, sejam eles domiciliados ou em situação de rua.
Um avanço importante é a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei 5462/23, que propõe incluir informações sobre animais domésticos no Censo Demográfico. Esse levantamento ajudaria a embasar políticas públicas voltadas ao controle populacional e ao bem-estar animal.
Em âmbito nacional, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de países com mais animais de estimação, com um total de 149,6 milhões de pets, segundo o Censo Pet do Instituto Pet Brasil.

Resposta da Prefeitura
Questionada pelo Diário de Contagem, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou que as tratativas para retomar as castrações estão em andamento. Um cronograma com as próximas ações será divulgado até o final de janeiro de 2025.
A retomada do serviço é urgente para evitar o agravamento da superpopulação de animais na cidade, além de contribuir para o controle de zoonoses e o bem-estar dos pets.
Já a inclusão de dados sobre animais no censo nacional surge como uma solução de médio prazo para direcionar políticas públicas mais efetivas.
