Foto: Divulgação
O prefeito de Mateus Leme Renilton Coelho (Republicanos) fez um decreto que permite a construção de condomínios que podem devastar uma grande área verde que deveria ser protegida por lei.
Localizada na cidade de Mateus Leme, a Serra do Elefante, um dos mais importantes monumentos naturais de Minas Gerais, mas, mesmo assim, o local está sob constantes e graves ameaças.
O decreto da Prefeitura de Mateus Leme exclui a zona de amortecimento da Unidade de Conservação (UC) da Serra do Elefante e abriu caminho para loteamentos, desmatamento e até mineração na região.
Assinaturas
Diante destas ameaças, a Associação dos Amigos da Serra do Elefante (AASE) lançou um abaixo-assinado para pressionar a revogação do decreto e impedir a destruição da área protegida.
A iniciativa busca mobilizar a população e chamar a atenção das autoridades para os impactos ambientais irreversíveis que a decisão pode causar.
Zoneamento
A exclusão da zona de amortecimento favorece a implantação do "Condomínio Ecológico Serra do Elefante" e do empreendimento "Reserva da Serra", que já começaram a abrir ruas de forma irregular.
Se o decreto for mantido, 340.000 m² de Mata Atlântica nativa podem ser devastados e afetar habitats de espécies ameaçadas, secar nascentes e provocar mudanças no ecossistema.
O pseudo "Condomínio Ecológico Serra do Elefante", além das ruas, terá avenidas e praças, 160 lotes de 1.000 m², que tomar o lugar de centenas de árvores que serão derrubadas, nascentes serão destruídas e animais expulsos.
Impactos ambientais e sociais
Ainda segundo a associação, será um grande desequilíbrio ecológico que poderá afetar o clima da região, além de estimular o crescimento desordenado que pode trazer impactos sociais.
Haverá aumento no tráfego de veículos pesados, sobrecarga no sistema hídrico, vias serão pavimentadas, e haverá a necessidade de novas redes de esgoto e escoamento de água pluvial.
A Prefeitura editou o decreto sem consulta pública, ignorou os estudos técnicos e as audiências populares. A AASE já levou o caso ao Ministério Público, que ajuizou uma ação civil pública para barrar intervenções na área.
No entanto, a AASE afirma que a Prefeitura de Mateus Leme insiste em ignorar a decisão judicial e segue favorecendo interesses privados em detrimento da preservação ambiental.

Foto montagem: Marco Aurélio, coordenador da Brigada 1 - B1 Mateus Leme (simulação de como ficaria a Serra do Elefante com o condomínio na área do amortecimento)
Histórico de irregularidades
A decisão do prefeito Renilton Coelho (Republicanos) vem pouco tempo depois de ele ter seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) por abuso de poder econômico nas eleições.
Em 14 de março de 2024, o tribunal voltou atrás e afastou a cassação, mas as denúncias contra o prefeito seguem sendo alvo de questionamentos.
Entre as acusações, estavam arrecadação irregular de valores, gastos não declarados e compra de votos com distribuição de cervejas, churrascos e outras vantagens aos eleitores.
Agora, a mesma gestão envolvida em escândalos eleitorais quer flexibilizar a proteção da Serra do Elefante, que favorece grandes empreendimentos imobiliários.
Ambientalistas e moradores denunciam que a medida atende a interesses privados em detrimento da preservação ambiental e do bem-estar da população.

Importância do abaixo assinado
A mobilização popular é essencial para barrar esse retrocesso. Os moradores e ambientalistas pedem que o prefeito Renilton Coelho revogue o decreto e restabeleça a proteção integral da Serra do Elefante.
Quem quiser apoiar a causa pode assinar o abaixo-assinado e compartilhar a iniciativa. A AASE também segue atualizando a população sobre o caso pelo Instagram @aase.ml
Fonte: AASE