O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), morreu na manhã desta quarta-feira (26/3), por volta das 11:30h, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele estava internado em um hospital particular desde janeiro.

Fuad estava afastado da prefeitura desde 3 de janeiro de 2025 para tratamento das sequelas de um câncer, um linfoma não Hodgkin, diagnosticado em julho de 2024, durante a pré campanha eleitoral municipal.

Inicialmente internado por um quadro de insuficiência respiratória aguda, ele teve seu estado agravado nos últimos meses, enfrentando pneumonia, sinusite, neuropatia periférica, desidratação e complicações intestinais. 

O ex-prefeito chegou a comemorar a remissão da doença ainda antes das eleições municipais de 2024, mas precisou lidar com os efeitos colaterais do tratamento.

A Prefeitura de Belo Horizonte divulgou nota oficial lamentando a perda e destacando a trajetória de Fuad na administração pública:

"Fuad Noman dedicou décadas de sua vida ao serviço público, sempre pautado pelo compromisso com a ética, o diálogo e o bem-estar da população de Belo Horizonte. [...] Fuad era conhecido por seu trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte."

Trajetória política e vida pública

Formado em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub), Fuad construiu uma sólida carreira no serviço público. Atuou no Banco Central e no Banco do Brasil, além de ter sido consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) no governo de Cabo Verde.

No Brasil, ocupou cargos estratégicos no Governo Federal, sendo secretário-executivo da Casa Civil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). 

Em Minas Gerais, comandou as secretarias da Fazenda, Transporte e Obras Públicas, além da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo de 2014 durante as gestões de Aécio Neves e Antonio Anastasia.

Fuad chegou à administração municipal de Belo Horizonte em 2017, quando assumiu a Secretaria de Fazenda na gestão de Alexandre Kalil. Quatro anos depois, tornou-se vice-prefeito e, em 2022, assumiu a prefeitura após Kalil deixar o cargo para disputar o governo de Minas.

Vitória eleitoral e desafios na saúde

Em 2024, Fuad enfrentou sua primeira eleição como cabeça de chapa, tendo Álvaro Damião (União Brasil) como vice. No primeiro turno, terminou em segundo lugar, atrás de Bruno Engler (PL). 

No segundo turno, conseguiu reverter a diferença e foi reeleito prefeito da capital mineira com mais de 600 milhões de votos dos belorizontinos.

Mesmo conciliando a campanha eleitoral com o tratamento contra o câncer, Fuad se manteve ativo na administração pública. Após a vitória, precisou se afastar do cargo para tratar complicações de saúde decorrentes da luta contra o linfoma.

Homenagens e despedida

A morte de Fuad Noman gerou comoção entre políticos, servidores públicos e a população belo-horizontina. O velório e a cerimônia de despedida devem contar com a presença de lideranças políticas e familiares.

Ele deixa a esposa, Mônica Drummond, dois filhos e quatro netos. As informações sobre velório e homenagens póstumas serão divulgadas pela Prefeitura de Belo Horizonte.

Fonte: PBH