Atores Ilvio Amaral e Maurício Canguçu em cena
Foto: Divulgação
Por Leandro Dias
O tradicional espetáculo de comédia “Acredite, um espírito baixou em mim” esteve em cartaz no último final de semana, durante a 4ª edição do Festival Abobrinhas. As apresentações aconteceram nos dias 7, 8 e 9 de setembro, no Cine Teatro Municipal de Contagem.
Com três apresentações programadas durante o festival, a peça teve uma exibição extra, devido a grande procura por ingressos, demanda justificada pelos 14 anos de trajetória do espetáculo em várias cidades de 10 estados brasileiros.
A peça narra de forma humorística a revolta de Lolô, um homossexual assumido vivido pelo ator mineiro Ilvio Amaral, que após morrer e chegar ao céu, resolve voltar à Terra para reviver as aventuras mundanas. Após incorporar em Vicente, um machão radical, personagem do também mineiro Maurício Canguçu.
Vicente é noivo de Normanda, que é irmã de Lucas. Após ser incorporado por Lolô, Lucas passa a ter dúvida da própria sexualidade após as interferências do espírito e, a partir daí, muita confusão surge com o comportamento estranho e nada convencional de Vicente, um homofóbico assumido.
Com muitas piadas regionalizadas em torno do mundo gay e de classes sociais, os atores tiraram gargalhadas da plateia, ajudadas por improvisações e piadas metalinguísticas, onde os atores comentam sobre os bastidores do próprio espetáculo.
As três apresentações no Abobrinhas tiveram todos os ingressos esgotados e o teatro ficou lotado, deixando, inclusive, algumas pessoas de pé.
O Teatro
A infraestrutura do Cine Teatro chamou a atenção de Ilvio Amaral. Ao final da peça, durante o agradecimento, o ator destacou a qualidade do espaço cênico. “Este festival é muito importante para a valorização da cultura em Contagem. Mas, é preciso mais investimentos no teatro, como, por exemplo, ar condicionado. Isto é bom pra vocês e para nós, atores,” enfatizou o ator.
Durante toda a peça Ilvio segurou junto ao figurino de Lolô um lenço para enxugar o suor.
A questão do calor dentro da sala despertou incômodo também no público. O advogado Sandro Da Silva frequenta sempre o teatro e reforça a opinião do ator. “Estava muito quente lá dentro, nem os ventiladores, que já eram poucos, estavam ligados”, reclama.
A mesma opinião é compartilhada pela revisora de texto Isabella Moraes. “O calor desconcentra e agita a plateia, além de prejudicar os próprios atores que suam debaixo das fortes luzes durante todo o espetáculo. O Cine Teatro precisa de ar condicionado, pois a população contagense tem lotado a casa neste festival e merece esse conforto,” defende Moraes que acompanha o festival desde a primeira edição.
Reforma
O coordenador de Cultura, Adebal de Andrade Júnior, justificou dizendo que há uma equipe trabalhando para melhorar o espaço do teatro. “Um dos pontos levantados por essa equipe é justamente a necessidade da instalação de um equipamento de ar condicionado,” finaliza sem especificar uma previsão datada para a instalação do aparelho e para a reforma do teatro.
De acordo com a Procuradoria Geral do Município, o orçamento da cidade destinado à cultura para o ano de 2012 foi de 3 milhões de reais, enquanto que para a administração o orçamento foi de 94 milhões de reais.