Data de publicação: 10-02-2014 00:00:00

Resiliência: O Lutador de Aikido e o Lutador de Muay Thai

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE

Foto: Divulgação/ halassysport.hu

¹Wasney de Almeida Ferreira

Quantas vezes você, caro leitor, durante toda a sua vida, deparou-se com situações dolorosas, injustiças e frustrações, que acabaram em lembranças inesquecíveis? Aquela vez que você deu a sua vida por aquela empresa, na esperança de ser promovido para um cargo melhor, mas que acabou sendo ocupado por um “peixe”. Quantas decepções você deve ter vivido nesse mundo de batalhas injustas, onde a meritocracia tem sido a última palavra do dicionário. Como você tem se posicionado existencialmente diante essas provocações, esses fardos, que parecem ser muito maiores do que sua força? O que você tem feito com as suas frustrações?

O sofrimento, por si mesmo, não possui um significado a princípio, nem mesmo um propósito, simplesmente pelo fato de que ele precisa ser significado. O lutador de aikido, logo no primeiro round, ao tomar a primeira pancada existencial, prefere conformar-se com as injustiças, pois “nada vai mudar mesmo”. Porém, não olhar para o céu não fará as estrelas desaparecerem, e aquele vergalhão no rosto, bem no meio da cara, será uma eterna lembrança.

O lutador de muay thai, por outro lado, por mais injusta que seja a luta, sabe que é exatamente aquelas pancadas que o deixará duro como um pau. Quanto mais o lutador de muay thai apanha, mais resistente e forte ele se torna, pois foi educado de modo a superar a dor, que o acompanhará por toda a sua vida. Quem seria louco de chutar as canelas escalavradas de um lutador de muay thai, que não abaixa a cabeça para nenhuma forma de injustiça?

A vida do brasileiro é essa, caro leitor, pois te colocaram para lutar com algo que é muito maior do que você, mas não é essa injustiça que deveria desanimá-lo. Não somos um país capitalista, mas uma velha república oligarquia, repleta de troca de favores, relações de vassalagem, escravidão disfarçada de trabalho.

Você pode adotar a atitude de um lutador de aikido, que vive como uma criança chorona, ou pode comporta-se como um lutador de muay thai. Afinal, criar auto-ilusões, tomar cachaça e usar drogas para anestesiar a alma não fará o vergalhão desaparecer do seu rosto... Na verdade, será uma eterna lembrança de conformismo e covardia!

¹Psicólogo, mestre em linguística e doutorando em saúde pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

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