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¹Wasney de Almeida Ferreira

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14:06).

Esta frase acima foi dita por Jesus Cristo, de acordo com os próprios religiosos, está na bíblia (João 14:06) e deixa claro que entre o homem e Deus há apenas um mediador: Jesus Cristo. Essa pequena frase coloca em xeque toda e qualquer religião que se possa existir a partir de Cristo, uma vez que ele não defendeu nenhuma hierarquia social. Qual o propósito de um padre, um pastor, um palestrante ou coisa do tipo, sendo que o único mediador entre o homem e Deus é Cristo? Se “Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida”, logo os religiosos que surgem neste caminho só podem ser os cobradores de pedágio e salteadores. Não?

Esse argumento pode ser generalizado para toda e qualquer religião, seja ela o catolicismo, o protestantismo, o espiritismo ou qualquer seita que se diga ideologicamente cristã. Sedo Jesus Cristo o único intercessor, o único mediador entre os homens e Deus, logo a lógica nos diz que o caminho que Jesus sempre faz referência para a vida eterna é: homem à Jesus à Deus, e vice-versa. Não pode haver nada entre os homens e Deus, apenas Jesus, senão ele estaria mentindo ao dizer que “(...) ninguém vem ao pai, senão por mim”. Porém, o que as religiões fazem? Simples! Elas introduzem um monte de hierarquias sociais, conforme os seus interesses políticos, econômicos e sociais. Veja os exemplos abaixo.

Homem à padre à (...) à papa à Jesus à Deus (catolicismo)
Homem à pastor à (...) à Jesus à Deus (protestantismo)
Homem à palestrante à (...) à espíritos à Jesus à Deus (espiritismo)

São tantas hierarquias sociais que os senhores devem ter tido muita dificuldade em achar o mediador Jesus, que é o único intercessor conforme os próprios religiosos. Pouca contradição? Como as religiões mantêm essas hierarquias sociais? Basta cada religião interpretar a Bíblia da sua própria forma, conforme as suas conveniências, já que nada pode ser provado ou refutado. O número de religiões que surgem e desaparecem são proporcionais às ambições humanas, aos seus interesses econômicos, políticos e sociais. Por isso as pessoas buscam as religiões e as escolhem conforme os seus desejos, anseios e traços de personalidade... O homem, ao invés de se adaptar as verdades de Deus, que estão borbulhando, cria as religiões para que Deus se adapte as suas exigências. Percebe?

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:32).

Como os senhores acham que é possível adquirir verdade? Aceitando tudo que um padre, um pastor ou um palestrante lhes falam sobre a vida ou a Bíblia? “Faça a vossa parte, que eu vos farei a minha”. O senhor, caro leitor, faz uma parte e Jesus te ajuda fazendo a outra. Certo? Jesus não disse “faça a sua parte, o pastor, o padre e o palestrante as deles e eu a minha”! Não é necessário nenhum padre, pastor ou palestrante na busca da verdade. Percebe? Agora, temos uma coisa séria a te dizer, caro leitor! Muito séria! Essa frase que acabamos de apresentar, tão bem conhecida pelo povo brasileiro, não está na Bíblia. Então, quem a inventou? Por quê? Para quê? É por isso que os religiosos sempre dizem para você ter fé, quando na realidade deveriam dizer: “aceite o que eu estou dizendo e jamais questione minhas palavras”.

As religiões, por serem constitutivamente contraditórias, só podem se manter por meio de um discurso ideológico baseado em uma fé cega, destituída de qualquer forma de racionalidade. Jesus disse para que tenhamos fé em Deus, mas não para que sejamos ignorantes por vontade própria, destituídos da capacidade de questionar as coisas. As religiões são criações humanas, Jesus nunca foi rei dos judeus e jamais se disse ser cristão. Esperamos ter estimulado a mente do leitor no sentido de fazê-lo notar a contradição fundamental, pois, sendo Jesus Cristo o único mediador, então não precisamos de NENHUMA religião.

¹Psicólogo, mestre em linguística e doutorando em saúde pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)