Ilustração: Divulgação
Priscilla Porto¹
Estamos morrendo cada vez mais tarde. Porém, a taxa de natalidade está diminuindo. Já acontecimentos cabulosos e estapafúrdios estão ocorrendo com maior frequência. Temor mesmo, se tais fatos tornarem-se corriqueiros e vulgares.
Será que nossos “bebês” nascerão, então, com a mente programada e com a ciência de que coisas estranhas são normais? E, com isso, os nossos “vovôs” e “vovós” não conseguirão convencê-los, de forma ou por artifício algum, de que pedir a benção ou receber um carinho em um fim de tarde tranquilo, são coisas normais?
Existirão, daqui a alguns anos ou daqui a umas três, quatro décadas, livros físicos, jornais diários entregues nas portas de nossas casas pela madrugada, músicas mais instrutivas e relaxantes, jogos educativos, brincadeiras com os vizinhos ou tardes lúdicas nas casas dos (as) “amiguinhos(as)”?
Ou seremos, desde a primeira infância, enlatados em embalagens coloridas e fosforescentes com prazo de validade mais do que vencido?
Aviões sendo abatidos ou desaparecendo sem explicação... Pessoas do Ocidente ignorando o extermínio de indivíduos – teoricamente semelhantes – orientais... Por outro lado, execuções bárbaras e desumanas de ocidentais executadas por extremistas islâmicos, em nome de “religiões” e política. E por “aqui”, uma geração de meninos e meninas sendo absorvida por drogas cada vez mais destruidoras e acessíveis... O bullying real e virtual, além do emocional, provocando estragos imensuráveis...
O mundo sendo virado de cabeça pra baixo... e com a possibilidade de muita gente cair.
No entanto, quase tudo, para boa parte da população do Mundo, ganha rubrica de “normal”.
E, em contrapartida ao primeiro parágrafo e à nossa atual conjuntura, coisas boas estão morrendo cedo e fatos ruins estão nascendo cada vez mais. Talvez, por estarmos nos plugando, em escala crescente e indecente, à tecnologia. E nos desplugando, em escala derrocante, do contato real.
Estamos vivendo ou sobrevivendo, como se um cabo USB fosse a tábua de salvação de nossas vidas. E, adeus, cordão umbilical!
¹Autora dos livros “As verdades que as mulheres não contam” e “Para alguém que amo – mensagens para uma pessoa especial”.
Contato: www.priscillaporto.com