Data de publicação: 13-03-2015 00:00:00

Dengue: 340 municípios estão em situação de risco

Jornal Diário de Contagem On-Line
Foto: Divulgação

O Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti ( LIRAa), divulgado nessa quinta-feira (12) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, revela que 340 municípios brasileiros estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias e 877 estão em alerta.

O levantamento revela ainda que outras 627 cidades apresentam índice satisfatório. No total, 1.844 municípios brasileiros realizaram o levantamento, entre janeiro e fevereiro deste ano, um aumento de 26,38% em relação aos participantes de 2014. No ano passado, 1.459 municípios fizeram a pesquisa no mesmo período do ano.

O LIRAa é considerado um instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue e chikungunya. O levantamento identifica os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor das doenças e os tipos de recipientes com água parada, que servem de criadouros mais comuns. A pesquisa proporciona informação qualificada para atuação das prefeituras nas ações de prevenção e controle, permitindo a mobilização de outros setores, além das secretarias de saúde, como os serviços de limpeza urbana e abastecimento de água.

O índice utilizado no LIRAa leva em consideração a percentagem de casas visitadas com larvas do mosquito Aedes Aegypti. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito; e satisfatório quando o índice está abaixo de 1% de residências com larvas do mosquito.

Alerta 

Pelo levantamento, Cuiabá (MT) é a única capital em situação de risco. São 18 as capitais que apresentaram índice de alerta - Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). 

Estão em situação satisfatória João Pessoa (PB), Teresina (PI) e Brasília (DF). Já as capitais Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Natal (RN) e Rio Branco (AC) não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa.

A região Nordeste concentra a maioria dos municípios com índices de risco de epidemia de dengue (171); seguido do Sudeste (54); Sul (52); Norte (46); e Centro-Oeste (17).

Criadouros por região
 
Região Armazenamento
de água
Depósitos domiciliares Lixo
Norte 24,5 27,3 48,2
Nordeste 76,5 17,8 5,7
Sudeste 21,7 52,6 25,7
Centro Oeste 24,2 24,2 51,6
Sul 14,8 32,5 52,7
 
Balanço


O Ministério da Saúde registrou, até 7 de março, 224,1 mil casos de dengue no país. O aumento é de 162%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 85,4 mil casos. Na comparação com 2013, houve redução de 47%, ano em que foi registrado 425,1 mil casos da doença. 

Embora tenha ocorrido aumento de casos na comparação do período, o número de óbitos caiu 32%, passando de 76 mortes, em 2014, para 52, neste ano. Também houve redução de 9,7% nos registros de casos graves. Em 2015, foram confirmados 102 casos de dengue grave, contra 113 em 2014. O Ministério registrou 913 casos confirmados de dengue com sinais de alarme.

O estado do Acre apresenta a maior incidência de dengue, com 695,4 casos por 100 mil habitantes, seguido por Goiás, com 401 casos por 100 mil habitantes, e São Paulo, com incidência de 281 casos por 100 mil habitantes. 

Chikungunya

O Ministério da Saúde registrou 1.049 casos autóctones confirmados de febre chikungunya, até 7 de março, sendo 459 na Bahia e 590 no Amapá. Em 2014, foram confirmados 2.773 casos autóctones da doença, ou seja, de pessoas sem registro de viagem para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela e Ilhas do Caribe. Os casos foram registrados nos estados do Amapá, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Roraima. Entre 2014 e 2015, foram confirmados 100 casos importados da doença, de pessoas que viajaram para estes países.

Casos notificados até 7 de março (Semana epidemiológica 9) - Incidência (casos por 100 mil habitantes)
 
  Semana 9
Região/Unidade da Federação Casos Incidência
2014 2015 2014 2015
Norte 5.566 12.001 32,2 69,5
Rondônia 469 893 26,8 51,1
Acre 315 5.494 39,9 695,4
Amazonas 2.189 1.286 56,5 33,2
Roraima 140 219 28,2 44,1
Pará 1.225 1.443 15,1 17,8
Amapá 60 630 8,0 83,9
Tocantins 1.168 2.036 78,0 136,0
Nordeste 10.601 21.472 18,9 38,2
Maramhão 390 916 5,7 13,4
Piauí 599 480 18,7 15,0
Ceará 2.903 5.074 32,8 57,4
Rio Grande do Norte 1.552 3.100 45,5 90,9
Paraíba 834 848 21,1 21,5
Pernambuco 897 4.631 9,7 49,9
Alagoas 1.345 1.772 40,5 53,3
Sergipe 97 895 4,4 40,3
Bahia 1.984 3.756 13,1 24,8
Sudeste 37.129 145.020 43,6 170,4
Minas Gerais 13.788 13.690 66,5 66,0
Espírito Santo 5.058 1.899 130,2 48,9
Rio de Janeiro 2.678 5.693 16,3 34,6
São Paulo 15.605 123.738 35,4 281,0
Sul 4.766 11.483 16,4 39,6
Paraná 4.693 10.134 42,3 91,4
Santa Catarina 16 1.156 0,2 17,2
Rio Grande do Sul 57 193 0,5 1,7
Centro-Oeste 27.339 34.125 179,6 224,2
Mato Grosso do Sul 1.089 4.573 41,6 174,6
Mato Grosso 2.333 2.134 72,4 66,2
Goiás 21.628 26.158 331,6 401,0
Distrito Federal 2.289 1.260 80,2 44,2
Total 85.401 224.101 42,1 110,5

Casos graves, com sinais de alarme e óbitos
 
UF/Região Casos confirmados Óbitos confirmados
2014 2015 2014 2015
Dengue grave Dengue com sinais de alarme Dengue grave Dengue com sinais de alarme
RO 0 4 0 0 0 0
AC 0 0 0 1 0 0
AM 2 2 0 1 2 0
RR 0 1 0 1 0 0
PA 1 3 0 2 1 0
AP 0 0 0 0 0 0
TO 0 20 1 0 0 0
Norte 3 30 1 5 3 0
MA 5 14 0 4 5 0
PI 1 1 0 2 0 0
CE 7 12 5 36 6 1
RN 0 15 0 4 0 0
PB 2 4 0 2 2 0
PE 6 5 1 2 11 0
AL 1 8 0 4 0 0
SE 0 1 1 0 0 1
BA 3 22 1 0 0 0
Nordeste 25 82 8 54 24 2
MG 6 126 3 36 6 1
ES 7 101 4 17 3 2
RJ 4 31 10 11 4 3
SP 17 210 58 681 9 35
Sudeste 34 468 75 745 22 41
PR 2 20 2 40 0 1
SC 0 0 0 1 0 0
RS 0 0 0 0 0 0
Sul 2 20 2 41 0 1
MS 2 28 2 3 1 2
MT 3 3 0 0 2 0
GO 28 244 12 63 17 5
DF 16 22 2 2 7 1
Centro-Oeste 49 297 16 68 27 8
Brasil 113 897 102 913 76 52

Fonte: Portal da Saúde
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