Data de publicação: 31-01-2016 00:00:00

Servidores da saúde reclamam do corte do lanche

Jornal Diário de Contagem On-Line
Café na porta do Hospital Municipal de Contagem

Fotos: Robson Rodrigues 

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Na última semana, os funcionários do Hospital Municipal de Contagem foram surpreendidos com a interrupção do fornecimento do café da tarde e da noite. Com isso o Sind-Saúde resolveu fornecer o lanche na porta do HMC.

Segundo os servidores, em alguns setores, não é possível sair para lanchar. Sem o fornecimento do café, leite e pão, a solução é fazer um revezamento para saírem para se alimentar.

“De acordo com informações não oficiais, a suspensão do lanche é para conter despesas. Mas acreditamos que é um absurdo economizar na alimentação dos servidores. Um funcionário mal alimentado pode se transformar em um funcionário adoentado”, ressalta Rafaele Carvalho, Diretora Jurídica do Sind-Saúde. 

O Sind Saúde informa que além dos funcionários, os acompanhantes também não têm mais o direito ao café.

“É um absurdo o prefeito fazer isso. Sofremos aqui com a falta de tudo, até de esparadrapo e fraudas, agora falta o café. Seria melhor ele parar de fazer festas e cumprir com a obrigação com a saúde da população”, protesta a dona de casa, Monica Gonçalves Badaró.

A Técnica Enfermagem da Pediatria, Patrícia Duarte Santos, diz que a diretoria simplesmente colocou um aviso e cortou os lanches. “Como que a direção quer que o servidor cuide bem dos pacientes com a barriga vazia, impossível”, reclama.

A servidora da UTI confirma que a situação é precária no Hospital Municipal de Contagem. “Agente chega e quer trabalhar da forma certa, mas não temos condições de trabalho. Faltam materiais adequados para fazer curativos e com isso as feridas dos pacientes não cicatrizam. Além disso, ainda há o risco das contaminações pelas super bactérias, isso porque, faltam capotes e existe somente um banheiro para atender as duas UTIs. Os funcionários são obrigados a transitar de uma UTI para outra, aumentando ainda mais os riscos”, relata a Técnica Enfermagem UTI – HMC, Nísia Cristiane Gonçalves.

A mãe de uma paciente conta que sua filha fugiu do hospital passando por todos da portaria e só depois de três dias ela foi informada.

“Minha filha veio para dar a luz ao seu filho, dias depois voltou para operar de apendicite, contraiu uma pneumonia, sem informações e sem cuidados, ela fugiu. Quando minha piorou, eu a trouxe de volta, ela foi para a UTI e hoje permanece isolada, deprimida e sem se alimentar. Só Deus para nos salvar dessa situação”, reclama a doméstica Ivani Ferreira Viana.

Justificativa

De acordo com a diretora Administrativa do HMC, Eliana Cardoso, os lanches da tarde e da noite foram cortados somente para os funcionários, os pacientes e acompanhantes continuam recebendo. 

“Cortamos porque havia desperdícios, para conter despesas e para não corremos o risco de ter que atrasar os salários. A Lei prevê somente duas refeições diárias para os servidores, mas fornecemos muito mais que a Lei determina. Com relação à falta de suprimentos, eu desconheço a unidade de saúde que não falte algo. Fazemos a previsão de gastos, mas como atendemos a toda a região, existem faltas pontuais”, justifica a diretora.

A Secretaria Municipal de Comunicação e Transparência ficou de se manifestar através de nota, mas não enviou o comunicado até o fechamento dessa matéria. Mas a Diretora do HMC informou que o secretário Albert Plucky, também foi acometido pelo vírus da dengue. 
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