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Além de fazer bem à saúde do bebê e da mãe, o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento sustentável e a redução das desigualdades sociais. Essa é a mensagem da campanha deste ano da Semana Mundial da Amamentação, realizada desta segunda-feira (1º) até o próximo domingo (7).
No Brasil, a ação é coordenada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Segundo a presidenta do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, Elsa Giugliani, o aleitamento pode contribuir para o cumprimento de vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os 17 ODS, expressos em 169 metas, representam o eixo central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano. Eles vão orientar as ações nas três dimensões do desenvolvimento sustentável – econômica, social e ambiental – em todos Estados-Membros das Nações Unidas até 2030.
Elsa explica que a amamentação está relacionada, por exemplo, com as metas que dizem respeito à boa saúde e ao bem-estar, à redução das desigualdades sociais e a outros objetivos relativos à ecologia e preservação.
“É inegável o aleitamento associado à saúde, não só no momento (em que está sendo feito), mas no aparecimento de doenças no futuro”, disse.
Segundo ela, a amamentação previne muitas infecções no bebê – diarreia, pneumonia, otites, asmas, entre outras doenças. Contribui também para a prevenção do diabetes, do sobrepeso e da obesidade. Elsa lembra que a mãe que amamenta tem menor chance de desenvolver diabetes e câncer de mama.
“O aleitamento materno também é muito democrático, acessível a todas as camadas sociais, é muito igualitário tanto para mulheres pobres quanto ricas. E é tido como uma das poucas práticas positivas de saúde mais frequentes nos países pobres, entre as mulheres mais pobres”, disse Elsa, acrescentando que isso ajuda a reduzir as desigualdades sociais.
Na questão ambiental, a pediatra ressalta que o aleitamento é ecológico e não predador de recursos naturais, como as fórmulas infantis e leites artificiais que envolvem todo um processo de industrialização. “Não precisa de produção leiteira, não tem resíduos, não usa energia nem água, nem precisa de combustível”, argumentou.
Semana Mundial
A recomendação da Organização Mundial da Saúde é de que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês e se estenda até os dois anos ou mais, aí já com a introdução de outros alimentos, como frutas, legumes, verduras e carnes.
Elsa afirma que as políticas públicas e a conscientização ajudaram a melhorar os indicadores de amamentação das últimas décadas, passando de uma duração de 2,5 meses na década de 1970 para mais de 12 meses atualmente.
A Semana Mundial da Amamentação é comemorada desde 1992 por iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba, na sigla em inglês), órgão consultivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Segundo o Ministério, a semana é importante pela mobilização social para a conscientização da população e de profissionais de saúde sobre a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do bebê, e os benefícios que traz para a sociedade e o país.