A 3ª Manifestação em Defesa das Moradias, das Nascentes, da Vargem das Flores e Contra o Rodoanel, aconteceu no domingo (18), com concentração no bairro Nascentes Imperiais, caminhada e carreata até a represa Vargem das Flores.
Os moradores da região, membros do coletivo SOS Vargem das Flores, apoiadores e candidatos para o proximo pleito, se reuniram durante a manhã para reafirmar que a construção do Rodoanel ameaça tanto as nascentes quanto as famílias que vivem na região.
Todos puderam discursar no microfone do carro de som e todos manifestaram indignação com o ímpeto do Governo do Estado em querer construir uma nova rodovia cortando várias cidades ao meio, sem se importar com as vidas das pessoas.
No caso de Contagem, a cidade já é dividida por tres grandes rodovias de grande circulação, a BR 040, a BR 262 e a Via Expressa que liga a capital a Betim. Se mais uma rodovia cortar a cidade, mais problemas sociais, ambientais e economicos vão surgir às margens das pistas.

Alem disso, em qualquer traçado proposto pelo governo, se passar por Contagem irá destruir córregos e nascentes responsáveis pela recarga da represa Vargem das Flores, considerada a principal caixa d´água da região metropolitana, localizada longe de qualquer barragens de resíduos de minérios em risco de rompimentos.
Empunhando faixas, os manifestantes seguiram pelos ruas do bairro Nascentes Imperiais, embarcaram no ônibus fretado e retomaram o protesto às margens da represa Vargem das Flores. Um lugar lindíssimo, mas infelizmente, abandonado pelo poder público.

O projeto
O projeto do Governo de Minas Gerais, pretende desapropriar moradias, comércios e outras edificações que dar luga a nova rodovia que será cobrado o pedágio ao custo de 35 centavos o quilometro rodado.
De acordo com os manifestantes, os principais beneficiários do Rodoanel serão a mineradora Vale S/A e outras empresas do setor, já que a rodovia vai facilitar o escoamento de minério para os portos do Rio de Janeiro e não vai promover melhorias para a população local.
Além do mais, o projeto orçado em cerca de R$ 5 bilhões, será financiado com recursos do acordo de reparação firmado entre o Governo de Minas e a Vale, após o desastre de Brumadinho em 2019. Recursos que voltarão para as mãos da mineradora por meio da construção do apelidado “Rodominério”.
Luta

A sociedade civil e ambientalistas defendem que esses recursos deveriam ser direcionados para a reparação das áreas e das comunidades diretamente afetadas pela tragédia.
Os moradores do bairro Nascentes Imperiais estão preocupados com a possibilidade de serem removidos das casas construídas por eles, já que a regularização fundiária da área ainda não foi concluída pela Prefeitura de Contagem.
Em resposta a essa ameaça, a comunidade, com o apoio do Projeto Rondon, realizou um diagnóstico da região, registrando as famílias e estabelecimentos locais. Esse levantamento resultou em um relatório que será utilizado para defender os direitos dos moradores diante das possíveis desapropriações.
